20210113

AFROXÉBASS, Álbum – 2017


A música popular baiana continua viva nas mãos do Telefunksoul. Com o álbum “Afroxébass”, o DJ/produtor baiano, com 41 anos, resgata toda a história dos blocos afros – movimento que surgiu no séc. XX e trouxe os ritmos baianos – em uma repaginação para o século XXI. Em 10 músicas, sendo nove tributos e uma faixa bônus, o produtor da vida a uma cultura musical conhecida por muitos na Bahia, mas por poucos fora dela.

Em seu melhor momento da carreira, o DJ começou a tocar e comprar discos com seus 15 anos. Sem uma identificação própria, Telefunksoul passou por diversos movimentos musicais, veterano e pioneiro da cena Bass em Salvador, começou na escola do Miami Bass, Freestyle, passando pelo Rap, Drum n Bass , Breakbeat  até se encontrar  definitivamente na escola da Bass Music e introduzir o Bahia Bass. Baiano de corpo e alma, o produtor procurava uma forma de ser representado pela cultura do estado que vive, e em meio ao movimento global que deu vida aos sons periféricos, Telefunksoul se jogou em tributos que deram vida a cultura musical baiana.


Salvador já foi a capital do país e sempre será considerada a terra de todos os santos. De lá, saíram ícones da música popular brasileira, como também movimentos que influenciaram toda a cultura musical brasileira. Sendo um dos principais polos turísticos – pela sua comida, dança, vestimenta, culturas e até o esporte capoeira – Salvador estava sedenta por um movimento em que representasse ela por si mesmo


Afro, Samba-Reggae, Samba de Roda, Pagode Baiano, uma infinidade de ritmos produzidos por tambores e rodas baianas foram criados pelos inúmeros blocos da capital. TelefunkSoul se inspira em produzir a música da sua terra em timbres de música eletrônica, utilizando a bagagem musical de mais de 25 anos na noite.


A Bahia permanece viva e ganha novos ares em faixas produzidas para homenagear os verdadeiros Afros e Afoxés baianos. Conheça neste álbum inédito e inovador, a Bahia do século XXI.


#Blocos


  • Olodum

Talvez o bloco mais popular fora da capital baiana, Olodum é reconhecido pela sua iniciação musical com as crianças, pelas danças e apresentações que passam na TV, até mesmo pelo clipe gravado com o cantor norte-americano Michael Jackson. O que mais representa o bloco são os ritmos, a percussão dos diversos tipos de tambores e batuques, junto da quantidade de pessoas que formam nos blocos. Telefunksoul traz nesta faixa, os batuques ritmados com um synth eletrônico bem pesado. A força da música se contrapõem com uma voz do próprio produtor com efeitos em vocoder. Esta apresentado ao público o movimento Bahia Bass.



  • Ilê Ayiê

A força negra que vive nos soteropolitanos ressoa nos paralelepípedos da capital baiana. “Somos crioulos, bem legal, temos cabelo, black pow”. O lema que é levado por grande parte dos baianos é interpretado pelo paulistano Jimmy Luv. A voz confiante do MC se junta as batidas dançantes de Telefunksoul. Um símbolo de protesto estampa a arte da música, o orgulho de ser negro, o orgulho de ser baiano, o orgulho serem decentes da mãe África retrata o espírito da música “Black Pow”. 


  • Filhos de Gandhy

O Carnaval em Salvador é reconhecido mundialmente pela diversidade musical e o espírito de alegria que emana dos gigantescos carros de som. Ou melhor, dos blocos que espalham a música baiana pelas ruas. Entre as diversas fantasias, a do Ijexá Filhos de Gandhy – roupas brancas e azuis, turbantes e vários colares – pode ser facilmente reconhecida. A história do bloco que retrata a vida do Mahatma Gandhi, e prega a não violência e paz do líder indiano. Na faixa Aja-Yô, Telefunksoul representa a mensagem levada adiante por tantos anos, no bloco que surgiu em 1949 e até hoje continua suas atividades.


  • Muzenza

Dentre as nove produções, talvez o tributo do Muzenza seja o mais eletrônico entre todos. Como o ritmo tradicional do bloco sendo representado pelo reggae, Telefunksoul destaca a influência que o bloco teve na cultura baiana com a simplicidade e influências globais que a música carrega. O bloco foi responsável pelas músicas “Faraó”, “Swing da Cor” e apresentou Beto Jamaica (Raizes do Pelô, ë o tchan) ao mundo da música.


  • Malê DeBalê

O bloco Malê Debalê é reconhecido na Bahia por sua dança. O “Balé da Bahia” tem seus passos criados pelo povo de Itapuã, que continua com essa tradição desde 1979. Ciente dessa trajetória e característica, Telefunksoul capricha nas batidas e linhas de grave, um moombahton com samples e pontos de Ogum pra deixar a pista pra cima. Foram convidados a cantora Vanessa Borges (ex-The Voice) e Mr. Armeng representante do Rap Baiano para convidar todos para dançar.



  • Badauê

Na voz da talentosa Lurdez da Luz, Ba$$dauê ilumina o álbum com alegria, diversão e ritmo. Com uma letra envolvente, a cantora retrata os eventos naturais dos blocos, ao levar a música para os bairros e comunidades. Se o século XXI é marcado pelos encontros digitais, Lurdez lembra que rodas de dança e capoeira sempre estiveram presentes no estado que já foi capital do país. Os cortejos levavam música, cultura e dança as cidades nos blocos e a roda que se formava para recebe-los era a dinâmica que mais animava o público. A dinâmica do Badauê resiste no tribulo do Telefunksoul.


  • Cortejo Afro

O Cortejo Afro é o mais recenete de todos os blocos, criado em 1998, a ideia do bloco é representar melhor a cultura baiana no carnaval pelas artes plásticas. Criadores da música “Um Abraço Negro”, o cortejo representa a evolução dos movimentos, com a inclusão de mais instrumentos na produção das músicas. Telefunksoul, atento aos movimentos do bloco, traz novidades e ritmo ao tributo. Com linhas de graves ritmadas e variações no ritmo da percussão “AjéumBa$$” é uma mistura de pancadão com samba de roda e black music, e representa a dinâmica inovadora do bloco com elementos da música eletrônica.


  • Ojuobá

Um passo a frente. Telefunksoul trouxe o ritmo popular da Bahia revitalizados, essa faixa é a penúltima e é uma homenagem à música de Caetano veloso “Milagres do Povo” que fez parte da trilha sonora da minissérie de televisão  “Tenda dos Milagres” (1985). Neste tributo, o produtor tira uma licença poética para apresentar os ritmos que fazem sua cabeça, junto a cantora de Samba Pop Jú Moraes, representando no tributo a receptividade deste povo caloroso com o mundo. 


  • Araketu

O Araketu é conhecido por não deixar ninguém parado quando toca. O que poucos sabem é que o grupo homenageia o orixá protetor. O bloco é reconhecido pela resistência que sempre teve ao surgir no bairro Periperi e o produtor encerra os tributos do álbum retratando essa resistência da cultura baiana em sobreviver. Com a participação de Jadsa Castro, cantora da nova geração baiana, e do MC e DJ angolano MC Fabio Lima – que manda ver no freestyle em versos fortes – o álbum AfroxéBass apresentou uma cara nova para a cultura baiana.


  • Afro VIP (Bonus)

Versão especial  vocal da musica lançada pelo selo Bummm Music do dj e produtor Zé Gonzales, aka Zegon. Uma homenagem a dupla Ba-Vi (Bahia X Vitória) que comanda uma das principais batalhas de clássicos do nosso futebol Brasileiro.

A música conta com a participação do MC Bing Man, natural de Cabo Verde, que faz parte do clan Zulu Nation, do mestre Afrika Bambaataa.

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